Segue matéria:
Espécime raro de pequena baleia aparece no litoral brasileiro.



O encalhe ocorreu no dia 20 de fevereiro deste ano, na praia de Bitupitá, no Ceará, a cerca de 400 quilômetros de Fortaleza e distante aproximadamente 100 quilômetros de Luís Correia, no Piauí. O animal pertence à espécie Kogia simus, mais conhecida no país como cachalote-anão. Como o nome já leva a crer, essa espécie é uma das menores até então já catalogadas. A presença do cetáceo nessa faixa do litoral brasileiro não é comum.
A baleia chegou viva ao litoral cearense, e foi atendida por técnicos do PROCEMA (Projeto Cetáceos do Maranhão do Programa Petrobras Ambiental), ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e AQUASIS (Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos). O animal apresentava ferimentos que podem ter sido causados por mordidas de tubarão, de acordo com informações dadas pela coordenadora técnica do PROCEMA, Alexandra Fernandes Costa, que acompanhou todo o trabalho de socorro realizado no local.
O animal recebeu doses de antibiótico, vermífugo e polivitamínico, além de ser alimentado com uma quantidade considerável de pequenos peixes. O esforço não parou por aí, os técnicos tentaram de tudo para evitar o aumento de estresse da baleia, tarefa dificultada em virtude da maciça presença de curiosos no local. A intenção era acomodá-la em um tanque para que, devidamente tratada e quando apresentasse condições para tal, fosse reintroduzida ao seu hábitat.
O cachalote-anão, quando adulto, não chega a medir três metros e pesa, no máximo, 250 kg. Sua ocorrência mais comum se dá ao largo da plataforma continental, mas ela é também encontrada nas costas dos Estados Unidos, Europa e África. Há, ainda, registros de sua aparição nos oceanos Índico e Pacífico, onde não raro são caçadas por baleeiros japoneses e indonésios. Espécie pouco estudada, ainda não conta com dados que estimem a população de indivíduos no mundo.
A baleia que encalhou em nosso litoral aparentava ser ainda um animal jovem, medindo menos que dois metros de comprimento. Apesar de ter recebido todos os cuidados possíveis durante horas a fio, inclusive com o acompanhamento por parte de profissional veterinário, o animal não resistiu aos ferimentos e morreu às 23 horas do mesmo dia. Na manhã seguinte, o cachalote-anão foi encaminhado por técnicos da AQUASIS à Fortaleza para a realização de uma necropsia que teve como objetivo analisar a causa da morte do animal.
Equipe PROCEMA/ICEP.